27 março 2014

Cristas e Vales



Cristas e vales

Admirando as instabilidades
Das ondas que vêm e que vão
São como os amores de verão
Se me encontrares chorando meu bem
Encontrarás diamantes ao chão

Tu carregas a essência da inspiração
Tu trazes a paz
E a tempestade mordaz
Que leva embora sonhos
De volta ao crepúsculo dos teus olhos

Sabes como funcionam as placas do caminho
Sempre apontam para o desfiladeiro
Meu amor
Joga-te na rocha mais pontiaguda e entenderás
Por que o mar é gelado e por que arde o seu sabor

Se procurares eu estarei, eu estarei
Sentado nos restos da tempestade
Tentando esquecer
As cinzas do passado que amei

Se procurares eu ficarei, eu ficarei
Colherei os restos da tempestade
Tentando borrar
As horas, minutos e segundos do passado que admirei

11 março 2014

Memorabilia


Memorabilia

Guardei em um áureo baú
teu cheiro,
teus olhos castanhos,
tua boca,
teu sorriso.
Encerrei.
Enterrei.
Ocorre que havia piratas traidores dentro de mim.
Fizeram um mapa,
atravessaram tempestades,
enfrentaram dragões
e desenterram teu amor
do fundo do meu peito...
Desde então parei de enterrar baús; vi que nunca te esqueceria...

06 março 2014

Admiráveis alfabetos, etéreas enciclopédias



As aves amorosas ameaçam alianças,
beijar belas bocas balsâmicas,
colocar cheirosas canções cálidas
dentro dos dias.
Eu escolho esses enlaces,
fazendo-me fera ferida, forte, feroz,
germinando gordos girassóis.
Honrando-te haverão hinos,
insígnias incrivelmente ilustradas,
jasmins joviais,
kamizazes, kama sutras,
luas lívidas, lanosas,
monções... Maravilhosas miragens mostrar-se-ão.
Nadaremos nas nuvens nacaradas,
obliterando odiosas ondas, oscilando orgasmos,
preterindo preces, promessas, permitindo prazeres, pores-do-sol,
questionando quiromancias,
rabiscando risos reverberantes.
Segredos sagrados soarão.
Terás tesouros ternos,
ubiquidade única,
volúpias vorazes, veludo, versos,
Wagner, Whitman, Warhol,
Xangri-lás,
Yin-yiangs,
ziquezagues…