07 janeiro 2012

Intoxicaded or Abyssal zone


A chuva
Libera a minha punição
E as rosas intoxicadas lançam seu odor
Para a minha dor se manifestar
Dor que é como a erva daninha
Que não escolhe hora nem lugar para nascer
Afundar-me em ódio?
Não acho certo
Talvez eles saibam o que eu sinto
E me analisem e me dissequem
E depois enfiem coisas em mim
Eles sabem
Eles sabem
O que se passa
No meu âmago
Eles contam meus remorsos um a um
E sabem todas as causas e conseqüências e circunstâncias
Sinto o gosto de ferro nos lábios e
Naves espaciais nunca visitaram
Os pensamentos obscuros que crescem
E destroem tudo que encontram pela frente
No travesseiro eu penso
Que os vermes
Vão morrer
Vão morrer
Com a queda
Mas amplificarão a minha dor
Para todo mundo ouvir
Pensando na solidão que me maltrata
Não se torna menor
Se eu divido
Nunca se tornará menor
Coração de plástico enchendo de água
Pensando no quão escuro é o caminho
Sei que a vela se apagará qualquer dia
Eu quero ver o mundo através dos teus olhos
E ver beleza
E ver beleza
E ver beleza
E ver beleza
E ver beleza
Eu guardei um medo dentro de uma caixa
E ele continua gritando
E me pressionando para soltá-lo
E deixar as nuvens intoxicarem o meu pulmão
Eu lembro que deixei meus receios voarem
E como pássaros eles caíram dos céus
Ou defecaram em nossas cabeças
Rindo que nem o vidro dos nossos carros nos protegeriam
Eu pensei que era mais forte
É algo mais complicado
Cuspo procrastinado
Na minha face ele deveria estar
Por que eu cuspi para cima
E o cuspo entrou pelos meus ouvidos
E colocou coisas nos meus sonhos
Nós mentimos sobre a nossa inocente fúria
As cobras em meu serpentário dançam
Pedem para serem libertadas
Na piscina intoxicada
Fui estrangulado pelo veneno
E cortado pela leveza de uma pluma
Virulência
Minhas cobras fugiram e foram se confortar em outro lugar
Queimaduras de sol
Fizeram elas voltarem
Medo de ser punido pelas criaturas que falam mal
Dos meus brinquedos intoxicados
Agora posso ver o covil
De braços abertos espero elas voltarem
Tu defecas minhas palavras como se fossem uma navalha
Os meus ais não sou ouvidos nos teus contos de fadas
Porque neles só há coisas belas
Incorruptíveis
Pela minha descrença no porvir
Vem a noite e
Escalando a montanha de vermes
Que têm em seus bolsos conselhos ininteligíveis
Deixa tudo preto
E eu afundo
No mais profundo da zona abissal