02 dezembro 2012

Pacto



Ame-me de graça ou parte para a puta que pariu em algum lugar do Alasca
Porque eu não tenho nenhum dinheiro
O máximo que posso te dar
Tu já tens, prazer, prazer, prazer

Não minta para mim
Apenas minta por mim
Está tudo bem?
Então estamos bem assim

Debaixo da cama, não vá mexer na minha caixa de neuroses
Sabes que eu não sou ciumento
Tudo o que faço é por nós
Então esqueça estes condicionamentos obsoletos

Não olhe para o lado
Nós temos um ao outro
Eu lhe fiz jurar
Então acho que por alguns anos a promessa vai cumprir

E quando os cabelos brancos aparecerem
Nada precisará ser ensaiado ou repetido
Então vamos rir
Porque somos farinha do mesmo saco

Pode ver
Que era para ser assim
Pode ver
Que era para ser por mim, enfim

13 novembro 2012

Você acha que está aprendendo o que o seu Deus ensinou...



Você acha que está aprendendo o que o seu Deus ensinou
Você acha que merece tudo o que tem
Mas continua se beneficiando da injustiça

Você acha que está queimando seus pecados
E que a sua sujeira será esquecida
E assim continua girando e girando

Sua pele arde de emoção quando se banha no sangue inocente
Que valores você disse que tinha mesmo?

Você pensa que não pertence a esse mundo
Por ter um coração tão nobre
Porém não aprendeu a amar de verdade

Se essa pedra bate no seu peito
Isso eu não consigo explicar
Todavia posso ver
O fosso aonde irá cair




10 outubro 2012

EX-CI-TAN-DO-SE



Um morto, com artigo indefinido!
Excitando-se sem saber o que é libido.
Assim é melhor, ode ao desconhecido...
E-X-C-I-T-A-N-D-O-S-E!
Não se cita mais e não há dor que se endosse.
Eloquente batida fúnebre do inferno.
Sangue fora do prazo de validade e desespero interno.
Correntes de fogo em SEU pescoço sempre fazem sentir-me terno.

22 setembro 2012

A Hot Body


Um corpo quente


Sin, eu vou com você como quem clama

Pois eu sou mais uma pecadora

Quero queimar-me na sua chama

E nos seus beijos de amor encontrar quem me adora...


Soul toda sua e de mais ninguém

Sua alma encostando-se à minha arrepia-me

Ouço sua voz ao longe e já me sinto bem

Querendo despir-me


Baby assiste a esse film de nós dois

E apague antes que os vizinhos assistam, não deixa para depois

Say logo do trabalho meu amor

Quero ouvir os seus suspiros, por favor


Push me com força

Deixe-me marcas e jogue-me na parede

Com toda a violência dos seus músculos, e agradeça

Porque eu sou a única que sacia a sua sede


Meu home me protege

Quando chove

É o meu abrigo, mantém-me aquecida nesse frio herege

Ex meu love


Apague essa ansiedade resident no meu coração

Force a saída da solidão

Abandone o run na adega

E corre para os meus braços, mordisque meus seios e me rega 


Jelly uma outra bebida que eu goste meu amor

Porque agora eu quero misturar-me ao seu corpo quente

Acende seu cigarro e se despede da minha flor

E vê o que restou da minha torrente

07 setembro 2012

Hoje acordei com vontade de Florbela Espanca...


O teu olhar

Passam no teu olhar nobres cortejos,
Frotas, pendões ao vento sobranceiros,
Lindos versos de antigos romanceiros,
Céus do Oriente, em brasa, como beijos,

Mares onde não cabem teus desejos;
Passam no teu olhar mundos inteiros,
Todo um povo de heróis e marinheiros,
Lanças nuas em rútilos lampejos;

Passam lendas e sonhos e milagres!
Passa a Índia, a visão do Infante em Sagres,
Em centelhas de crença e de certeza!

E ao sentir-se tão grande, ao ver-te assim,
Amor, julgo trazer dentro de mim
Um pedaço da terra portuguesa! 


Florbela Espanca

10 agosto 2012

Darkness comes...


Darkness comes in front of my eyes
Darkness comes and I´m saying goodbye
Darkness makes me cry every day
Darkness lets you so far far away

26 julho 2012

Weather vane, Girouette


Cata-ventos
Cata-ventos
No caminho solitário
Na chuva
De um verão que nada pode aquecer
Abraçando o crepúsculo
Caminharemos
E esqueceremos
Os espinhos

20 julho 2012

Petit et de verre...


Pequeno e de vidro

Meu amor é frágil
É algo intocável, mas não é volátil
Meu amor é puro
É um porto seguro

Você é tão frágil
É como um jarro raro
E não é tão fácil
Por flores num jarro muito caro

Você é a razão do meu afeto
Aquilo que eu quero por perto
Da alma minha
Debaixo de minha sombrinha

06 julho 2012

La douce omission (Le 28 mars 2007)


La douce omission (Le 28 mars 2007)
I
Quando tento esquivar-me as dores vêm maltratar-me
II
Mas o que sobrará dos sonhos dos defuntos?
Nada! Nem a certeza de que morrerão juntos
III
Crescem lírios em meu labirinto
Para esconder o que eu sinto
Omitindo a agonia eu não minto
IV
Infortúnio, goza sobre mim
Vida, você não deveria ser assim
Conflitos concernentes somente a mim
Dores trêmulas, sábias, o meu fim
V
Estou clamando e tremendo
Perdendo tudo o que defendo
Vendo os vermes corroendo
A primavera que vem nascendo
E as alegrias nostálgicas vão fenecendo
VI
Para cada deslumbramento e encanto
Doses maiores de pranto
Apesar de eu lamentar tanto
Não aspirava à vida de um santo
Porém, a quintessência cobriu-me com seu manto
Apesar do lúgubre pássaro sem canto
VII
O pesadelo aqui me devora
Esperança...Sua ausência apavora
Por dentro a pureza chora
E o coração que não tenho agora
Volta só para dizer que vai embora
A solidão chegou em boa hora
E deixou a coragem de viver para fora
VIII
Respeito as minhas nobres dores
Não usarei as mesmas armas que fores
Para cada túmulo onde não jazem flores
Mil vidas, mil arco-íris sem cores
Por ti eu não caí de amores
Eu desabei, como desabam as velhas torres
Nuvens celestiais de dissabores
Só iria para o inferno para sentir teus ardores
IX
Não dá para continuar dormindo
Enterrando as estrelas que vão caindo
Tentar estar sorrindo
É o mesmo que estar a si mesmo traindo
A tempestade vai se esvaindo
Mas restam fragmentos que não estão sumindo
Não é o teu sorriso artificialmente lindo
O que vai manter-me fingindo
Que é verdadeiro o que estou sentido
X
O tempo todo tenho em vão passado
Pensando, sofrendo calado
Remoendo e não deixando os remorsos de lado
Eu só quero ser feliz e também amado
Estou cansado desse sorriso atado
Desse beijo não dado
E o meu mundo não fora mudado
Tenho mantido o orgulho camuflado
Para a tua volta, o meu momento esperado
Meu sonho é sair desse pesadelo para sonhar acordado




28 junho 2012

Hoje eu fiquei com medo...



Hoje eu fiquei com medo
Logo eu que não tenho medo de quase nada
Eu vivo a vida
Sempre deixando os infortúnios acontecerem
E o medo de lado
Junto com todos os pesadelos que tenho
Hoje eu entrei no carro
Chovia demasiado
E eu não conseguia enxergar nada através do vidro do carro
Foi como dirigir no escuro
Depois de não mais aguentar
A cegueira da chuva, da noite
Eu tive de parar
A escuridão eu já conheço
Mas quando a luz falta
Eu apenas sigo o caminho que eu já sei de cor
Mas se eu não conheço o caminho
Tudo fica mais difícil
Eu só queria chegar em casa são e salvo
Ou apenas salvo
Porque são seria um grande esforço
Que até agora não resultou em nada