29 janeiro 2015

Valsa das nuvens



Nada se compara ao nosso amor de auroras austrais
De gotas de chuvas musicais
De passarelas de nuvens de algodão
De flores raras balançando ao chão
De estradas de ouro e castelos de cristal
De estrelas bailarinas cantando em perpétuo natal
De valsas divertidas
De múltiplas luas estarrecidas
De bichos que mancham tudo de cores quando se sacodem
De supernovas que o espaço iluminem

Ninguém foi ao espaço sem espaçonaves até começarmos
Ninguém foi ao fundo do mar sem escafandro até começarmos

Nada se compara aos nossos passos harmônicos em valsas de Tchaikovsky
Às nossas carícias trocadas enquanto ninguém observa por conta do whisky
Nada se compara ao sol que não dói
Sobre a cúpula do quarto alumia um palácio de nuvem que todo dia se constrói