Kryptonita
Dói.
Chegar perto de ti corrói.
É como se tu fosses a minha kryptonita,
tornando minha vida uma agonia infinita.
Ao teu redor eu não consigo me mover,
e nada eu consigo entender.
Não consigo nem falar.
Fico congelado pela dor lancinante do falso
amar.
Tu és o tendão de Aquiles, o coração de
Shiryu, o alho para o vampiro;
a bomba açucarada para o diabético, o
antraz que respiro.
És o corte sorrateiro dos cabelos de Sansão
e as garras de ave de rapina em meu coração.
Sempre me deixa de joelhos a tua radiação,
então não tenho escolha a não ser pedir compaixão
.
E depois que tu sugas minhas energias, eu
já nem sei quem sou.
Doei-me tanto que talvez seja um morto-vivo reanimado
pelo amor que acabou.
Queres saber? De ti eu vou me exorcizar...
Vou deixar o orgulho imperar.
Sei que as tuas palavras, enquanto estou
imóvel pela kryptonita, costumam me estuprar...
No entanto, um dia, destas correntes, eu irei
me libertar!
Tiago Quingosta