06 março 2020

Aluvião de Uirapurus



O Uirapuru me apazigua
quando ouço o assobio noturno da Rasga-mortalha.
Ele toma água pura da bica
e liga o desfibrilador.
Esclarece a transição,
o purgatório que precisamos trilhar.
Ensina ao enxadrista uma nova estratégia.
E eu, eu não deixo de ser passarinho no verão,
enquanto o inverno é tudo que eles passarão,
antes de voltar ao rez-de-chaussée
e àquele velho mimetismo.

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