Letárgica sinfonia
Encapsule a noite
Cai no vácuo
Que eu estarei aqui contigo amigo
Neste vasto império do medo
Eu ouço
O zumbido dos meus receios
Chocando-se contra meus pensamentos
E infiltrando-se em meu sossego
Eu ouço as cordas
Os metais
Os uivos de horror
É o meu tempo
Perdido no torpor do esquecimento
Banhado pela sofreguidão
Eu nos tranquei
Na cegueira da noite
Num profundo sono
Que antigamente foi perturbado pela luz
Opaca e que nos seduz
Dizendo ser o caminho a se seguir
Mas não podemos acordar
Permita que eu abrigue meu coração no escuro
Eu tento acordar todos os dias
Mas ele não me deixa sair
Daqui
Não há alguém para parar estes violinos
Para a sinfonia, por favor
Acorda-me para a indesejável vida
Um mesmo pensamento tortura-me durante o sono na beira do abismo
“Todo dia temos de acordar e nos deparar com um mundo invisível de descontentamento que nos deixa embriagado”