04 outubro 2011

Stone Cold Hands



Mãos frias de pedra – 06/09/2011, às 01:11h


É uma sensação, uma das mais estranhas
Sentir um carinho teu
É como esfregar a face em uma rocha e arranhar também as entranhas
É como se banhar em uma cachoeira de pedras, aguçando minha dor por estar no breu

Eu gosto da maciez do veludo
Eu gosto do sentimento que é leve
Eu gosto daquilo com o que eu me iludo
Mas a tua mão para nada me serve

Mão fria
Como a de um cadáver
E que machuca com maestria
Cujo peso não consigo ao menos antever

Mãos frias, pesadas, cruéis
Na face, nas costas, arrancando o escalpo
Mãos que afagam, leves, fiéis
São delas que eu sempre escapo