26 dezembro 2015
06 dezembro 2015
HÁ UM MAR DENTRE MEUS BRAÇOS
HÁ UM MAR DENTRE MEUS BRAÇOS
A verdade está aqui nos meus braços,
então pule e mergulhe.
Pule nesse Nosso oceano – eu costumo dividir meu infinito.
Você poderá ver para crer.
Nem toda água-viva deixa estragos tão grandes assim;
que eu não sei amar pela metade;
que prefiro queimar a me apagar aos poucos;
que prefiro exclamações a reticências!
Soçobrar é meu dom.
Minha boca é de mar,
meus gestos são de mar.
Eu sou aquele que gosta do mergulho
na zona abissal dos seus olhos,
onde ninguém ousa ir.
Aquele que mergulha na sua alma de leite e piche.
Sendo assim, não adianta correr,
porque eu sempre serei
a sua fita zebrada,
a repressão da sua pseudoanarquia,
a sua varinha de condão que enfeita estrelas-do-mar e cavalos-marinhos.
Aquele que sabe suportar o peso da distância das suas mãos,
todavia, invariavelmente, respeita, segue,
como sombra apaixonada por um único clarão.
29 agosto 2015
Ostensiva ostentação
Amor é luxo,
é ostentação,
embora seja marca invisível que queima a pele,
no seu semblante
é possível ver que já caiu nessa armadilha.
É despesa de suor, tempo e lágrimas,
que eu não sei se preciso
e se posso arcar com...
24 julho 2015
18 junho 2015
Não vingou
O nosso amor estava fadado a ser solo estéril
Então por que nos assustamos quando a árvore secou?
O amor é tão dúbio que a mesma rosa que te prova afeição
Poderia estar também no cemitério
03 abril 2015
Inutilidades
Corações que não batem
Braços que não abraçam
Passos que não têm destino
Músicas que não tocam
Sóis que não brilham
Ventos que não espalham pólen
Há um mar de inutilidades entre nós
Não há porvir
Não há esperança por servir
Há um mar de quinquilharias e um mundo que não desatou
nossos nós
10 março 2015
Problemas no paraíso (Ou O enterramento precoce do amor)
Podemos asseverar, sem hesitação, que nenhum
acontecimento é tão horrivelmente capaz de inspirar o supremo desespero do
corpo e do espírito como ser enterrado vivo. A insuportável opressão dos
pulmões, os vapores sufocantes da terra úmida, o contato nos ornamentos
fúnebres, o rígido aperto das tábuas do caixão, o negror da noite absoluta, o
silêncio como um mar que nos afoga, a invisível, porém sensível, presença do
Verme Conquistador (...)
Edgar Allan Poe in O enterramento prematuro
Lembre-se do sol,
Lembre-se da chuva
Eles nunca irão tocar-me de novo esta noite
Cubra meus olhos de novo esta noite
Não me deixe ver a luz
The Birthday Massacre in Cover my eyes
Problemas
no paraíso (Ou O enterramento precoce do amor)
Era
verão,
manhã
quente e clara.
Abriste
as cortinas e trouxeste-me café na cama e girassóis.
Estar
contigo era experimentar uma felicidade rara...
Chegou
o inverno estraga-prazeres.
Todavia,
nós nos aquecemos,
nós
nos divertimos na chuva
e
nós nos protegemos.
E quando
o inverno chegou ao final,
vi-te
com pás e correntes pela casa a arrastar.
Apenas
senti um golpe na cabeça
e a-cor-dei
den-tro de um cai-xão, qua-se sem con-se-guir res-pi...Tiago Quingosta
29 janeiro 2015
Valsa das nuvens
Nada se compara ao nosso amor de auroras austrais
De gotas de chuvas musicais
De passarelas de nuvens de algodão
De flores raras balançando ao chão
De estradas de ouro e castelos de cristal
De estrelas bailarinas cantando em perpétuo natal
De valsas divertidas
De múltiplas luas estarrecidas
De bichos que mancham tudo de cores quando se sacodem
De supernovas que o espaço iluminem
Ninguém foi ao espaço sem espaçonaves até começarmos
Ninguém foi ao fundo do mar sem escafandro até começarmos
Nada se compara aos nossos passos harmônicos em valsas de Tchaikovsky
Às nossas carícias trocadas enquanto ninguém observa por
conta do whisky
Nada se compara ao sol que não dói
Sobre a cúpula do quarto alumia um palácio de nuvem que todo
dia se constrói
Assinar:
Postagens (Atom)