A Roda-Gigante
Este deve ser o poema mais patético que já escrevi
Diferente da maioria das emoções que já vivi
As emoções que lhe apresento agora
São parte significativa de mim, muito embora...
Fiquem escondidas no mais profundo do meu ser
Agora são algo que eu permito-me ter
Eu sempre me senti estranho, obscuro, entristecido
Apesar de este jeito não ter completamente desaparecido
Um novo eu vem brotar
Um eu que sorrisos consegue espalhar
Agora me sinto mais útil
Mas que fique claro que nunca fui fútil e inútil
Agora eu não tenho medos
E segredos
Para comigo mesmo
Perdi até um pouco do termo
Ah...Eu nunca rodei numa roda-gigante
E nunca me permiti ser feliz por um simples instante
Ah...A roda-gigante...Não sei qual é a sensação
De estar no alto, por dentro e por fora de toda agitação
A roda-gigante é presa
Mas nos torna livres e sai ilesa
Sem ciúmes de nossas esporádicas liberdades
E para todas as idades...
Ela guarda o mesmo carinho
E consegue ver aquelas pessoas indo em direção ao seu caminho
Todos falam bem dela
Todos queriam ser ela
Mas à noite, tudo muda
E a roda-gigante fica muda
E eu rodo nela
Só eu, o vento e em tela...
Mais que um sonho eu vivo agora
Sozinho, girando, os problemas vão embora
Até o dia em que parar
A minha missão preciso completar
Ser eu mesmo e encontrar-me
Debaixo da névoa, do frio, do escuro que tenta afastar-me...
Do que realmente eu quero
Quero que ela não pare de girar...Como eu quero...
Tornar o sonho e a realidade um só
E fechar o abismo antes que de mim ele não tenha dó
Tiago Quingosta